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Nova tentativa será feira pela prefeitura de Pelotas para ocupar o Mercado Público

21-05-2015

É a terceira vez após a revitalização que alternativas para preencher as bancas são estudadas

 

A realidade do Mercado Central tem sido de portas abertas para o comércio e outras fechadas, à espera de locatários (Foto: Carlos Queiroz - DP)A realidade do Mercado Central tem sido de portas abertas para o comércio e outras fechadas, à espera de locatários (Foto: Carlos Queiroz - DP)Mesmo com o movimento nos corredores, as vendas não são consideradas boas (Foto: Carlos Queiroz - DP)Mesmo com o movimento nos corredores, as vendas não são consideradas boas (Foto: Carlos Queiroz - DP)

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sdet) tenta encontrar alternativas para preencher a totalidade das 82 bancas do Mercado Central de Pelotas. Esta será a terceira tentativa, após a revitalização do local - concluída em dezembro de 2012 -, de ocupar a banca destinada ao açougue, que consiste em três espaços unificados. Três ambientes internos separados também estão disponíveis para artigos de artesanato, suvenir, correaria, temperos, produtos coloniais, entre outros.

Para a chefe de Gabinete da Sdet, Lizandra Márcia Cardoso, a dificuldade de ocupar 100% das unidades está, além da crise do comércio em geral, no fato de que apenas uma banca para açougue não atenderia a demanda que um estabelecimento do tipo necessita. Neste caso, as áreas foram unificadas e, hoje, estão abertas para licitação. Outro motivo é o olhar turístico que o público direciona ao Mercado, e não comercial.

A visão dos comerciantes
As opiniões, porém, divergem. Para muitos comerciantes, movimento não significa clientela. Outros encontraram maneiras alternativas de driblar a crise que afeta o comércio - e não só o Mercado Central. Para Francisco Antunes, dono de uma floricultura localizada na parte externa, o aluguel é caro e a divulgação é pouca. Já Wagner Luís, comerciante de uma banca de vinhos, afirma que o problema é a falta de divulgação dos produtos comercializados no local. Ele ressalta que existem bancas de vinhos e produtos de diversas culturas que a população desconhece. Já o gerente de outra banca de vinhos, Otávio Ceára, após um ano com pouco movimento, investiu na divulgação pessoal. “Criamos uma fanpage no Facebook e site. A gente faz o que pode pra divulgar e com isso vemos o resultado.”

Ao caminhar pelos corredores é possível perceber muitas pessoas utilizando o local como ponto de encontro - como é o caso das estudantes Lilian Quadrado, Isadora Mattos e Beatriz Quadrado. Elas frequentam o local diariamente, mas não costumam entrar nas bancas, por isso desconhecem a cultura do que é vendido. O uso do wi-fi pelos frequentadores também é perceptível. O maior fluxo de público acontece devido aos eventos, como o Mercado das Pulgas aos sábados e as apresentações artísticas. Situações que também ajudam a levar clientes em potencial ao largo Edmar Fetter.

A chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo explica que a responsabilidade da administração pública é apoiar a divulgação com a preservação do patrimônio, a gestão do espaço e a vigilância privada. Sobre o valor cobrado dos permissionários, não é um aluguel, e sim uma permissão de uso por espaço público, com prazo de cinco anos e com finalidade específica.
O prédio que abriga as bancas é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e possui regulamentos. O dinheiro arrecadado desta permissão não tem finalidade de manutenção do espaço, mas, até hoje, é direcionado para isso, explica Lizandra. “Estamos até providenciando ombrelones padronizados e investindo em mais iluminação”. Por este motivo está sendo organizada uma comissão dos permissionários para discutir sobre o funcionamento do local.

Os estabelecimentos com o valor de uso elevado são os que ocupam mais de uma banca para o comércio - como é o caso de alguns restaurantes, que chegam a usar cinco espaços. E são eles, os restaurantes, os responsáveis pelos eventos realizados nos pátios.

Eventos do Mercado. O palco das apresentações é de responsabilidade do Theatro Sete de abril e cedido pela Secretaria de Cultura. Porém, atrações como o Terça do Samba, que ocorre toda semana às 18h, são articulados pelos estabelecimentos do pátio, que pagam o cachê das bandas. A área é dividida em quatro áreas e os eventos são apoiados pela Sdet. Todas as atividades são divulgadas através da página no Facebook Mercado Público de Pelotas.

Concorrência
Os interessados em concorrer aos espaços disponíveis devem entregar suas propostas em envelope fechado - que serão abertos publicamente - no dia 27 deste mês, na Secretaria. O local fica na rua Félix da Cunha, esquina Princesa Isabel, 649. Mais informações pelos telefones (53) 3225-7755 e (53) 3222-0808 ou pelo e-mail mercadocentralpelotas@gmail.com. O atendimento é das 8h às 18h30min.