Dólar fecha em queda após quatro altas seguidas
Moeda norte-americana caiu 0,15%, a R$ 3,14 na venda. Em maio, dólar acumula alta de 4,38% e, em 2015, 18%.
Após avançar com força ao longo do dia, o dólar virou no fim do dia e fechou em queda, interrompendo quatro altas seguidas nesta quarta-feira (27). A moeda acompanhou a pressão cambial no exterior diante da percepção cada vez mais consolidada de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) elevará os juros ainda neste ano.
A moeda norte-americana caiu 0,15%, a R$ 3,1452 na venda, interrompendo quatro altas seguidas.Veja cotação. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 3,18, maior cotação em quase dois meses. No mês de maio, o dólar acumula alta de 4,38% e, no ano, de 18%.
"Talvez junho esteja descartado, mas acredito que o mercado está mais e mais confortável com a ideia de que os juros vão subir ainda neste ano", afirmou o estrategista Neil Mellor, do Bank of New York Mellon.Preocupações e incertezas com o futuro do ajuste fiscal no país também influenciaram a alta da moeda no país.
Investidores vinham demonstrando dúvidas sobre a perspectiva de que os juros comecem a subir nos Estados Unidos neste ano, mas números fortes sobre a atividade e a inflação, além de declarações da chair do Fed, Janet Yellen, praticamente eliminaram as incertezas sobre esse cenário.
Nesse contexto, o dólar avançou sobre uma cesta de divisas, dando continuidade ao avanço das últimas sessões. No Brasil, pesavam ainda preocupações com a possibilidade de mais entraves ao reequilíbrio das contas públicas, em meio a conversas no mercado sobre desavenças dentro do governo em torno do assunto e à resistência no Congresso.
O operador Luciano Copi, da corretora Correparti, afirmou em nota a clientes que o governo se encontra "entre a cruz e a espada" e ressaltou que, mesmo após a aprovação da Medida Provisória 664 no Congresso na véspera, "muita água vai passar ainda por baixo dessa ponte".
E a perspectiva é que a alta do dólar continue. O banco JPMorgan, por exemplo, estima que o valor justo do real seja de R$ 3,26 por dólar e, por isso, recomenda que investidores apostem na alta da divisa norte-americana até que retorne a níveis entre R$ 3,20 e R$ 3,30.
Mais cedo, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos.
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,68%, a R$ 3,1500 na venda. Foi o maior valor desde o dia 1º de abril, quando o dólar terminou o dia cotado a R$ 3,1725. Na semana e no mês, há alta acumulada de 1,77% e 4,54%, respectivamente. No ano, a valorização é de 18,48%.